“O OUTRO BRAÇO DA CRUZ” OU “ RONDÔNIA, ESTRELAS, CAMINHOS E DIAMANTES”

“O OUTRO BRAÇO DA CRUZ” OU “ RONDÔNIA, ESTRELAS, CAMINHOS E DIAMANTES”

As aventuras pelos recantos do Brasil na década de 50 são o pano de fundo para o novo filme e também uma série de TV, de 16 capítulos, do cineasta Manaoos Aristides, que vai contar a história da imigração do então Território Federal de Rondônia e do Acre. Entre as levas de imigrantes que se aventuraram para essa região, os paranaenses são maioria.

Manaoos realizou, em 2014, o longa-metragem de duas horas de duração e seriado “A Saga – da Terra Vermelha Brotou o Sangue”, uma produção independente com 16 capítulos de uma hora de duração e que contou com mais de 5 mil participantes, filmados em mais de 50 locações e em 30 cidades no interior do Paraná. No momento está em projeto uma nova produção em teledramaturgia produzida inteiramente no interior de Rondônia, Acre, Amazonas, tendo como foco central Rondônia.

Projeto esse que nasceu em 1999, sob o título provisório de “No Linear do Milênio”, uma produção audiovisual que mescla ficção e realidade, conta a trajetória do Estado de Rondônia desde a subida dos imigrantes do Sul até a consolidação do estado no Norte.

Agora sob o novo título, “O Outro Braço da Cruz” ou “Rondônia, Estrelas, Caminhos e Diamantes”, a trama traz como pano de fundo o lado Oeste do Brasil em meados da virada dos anos 50. As aventuras pelos sertões do Brasil eram assuntos para a imprensa nacional. Entre outros, a Folha de São Paulo, O Globo e a revista Visão que, publicavam relatos das expedições para se chegar ao Território Federal de Rondônia e no Acre.

A construção da BR-29, hoje BR-364, tanto quanto da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, é um feito épico na história do Brasil e de efeitos bem visíveis, impactantes e duradouros para a vida dos povos do antigo Território do Guaporé.

Esse é o cenário que irá costurar a trama da nova produção cinematográfica que será transformada em filme em uma série de TV de 16 capítulos resgatando a colonização do norte do Brasil, espaço geográfico que tem hoje os olhos do mundo por suas riquezas naturais, seu solo ainda pouco explorado e povos nativos ainda vivendo nas entranhas de suas selvas. Na sequência de um longo trabalho, o Norte é o tema que o diretor e roteirista Manaoos Aristides escolheu para realizar, nos próximos dois anos, no formato de um seriado e de um longa-metragem.

OBRA-PRIMA

A produção “A Saga – Da terra Vermelha Brotou o Sangue” contou com muitos artistas de renome nacional e assim será também essa nova produção rondoniense. “A Saga” foi exibida na TV Brasil em três temporadas, atingindo um público de mais de 110 milhões de espectadores. Manaoos já conta com a participação de atores consagrados para anova obra, a exemplo de João Vitti, Raymundo de Souza, Igor Rickli, Gabriela Alves, Débora Santos, Dalileia Ayala, Olga BomGiovanni, Denis Derkian, Munir Pedrosa e elenco de Acre, Rondônia e do Amazonas, regiões onde será ambientado. Em princípio, as cenas serão rodadas em São Paulo, Paraná, Amazonas, Rondônia e em estúdios em Curitiba, contando com uma equipe já acostumada com grandes produções no Brasil.

Para o roteiro e o argumento, a obra tem a participação de Edmar Costa, premiado publicitário do Amazonas (Oana – Publicidade), que antes de falecer de câncer no pâncreas, no dia 22 de outubro (2017), deixou alinhavadas com o Manaoos histórias que viveu com o coronel Jorge Teixeira. Esses fatos inéditos vão ilustrar como surgiu o Estado de Rondônia. Foi com Edmar Costa que surgiu a ideia de fazer o Território de Rondônia se tornar estado.

Em 1977, o então governador Coronel Jorge Teixeira (Teixeirão) acreditou e os dois se uniram com um trabalho político do coronel e de marketing do Edmar que, além de criar situações e peças publicitárias, também participou de todas as etapas da consolidação do estado, criou e dirigiu um audiovisual sobre o Território e foi com esse trabalho na época que todos os deputados federais em Brasília assistiram e aprovaram a Lei Complementar numero 41, de 22 de dezembro de 1981 criando assim o Estado de Rondônia.

O coronel Jorge Teixeira foi o último governador do Território de Rondônia e o primeiro governador do novo Estado. Indicado e nomeado pelo General João Baptista de Oliveira Figueiredo, em 1979 assumiu como governador do Território, sendo empossado como governador de Estado em 29 de dezembro de 1981 e governando Rondônia até 1985. As histórias de luta, vida e morte fazem  desse trabalho um mosaico de sagas que serão contadas através de relatos vividos e pesquisados durante anos.

Fatos como do “Bandeirante”, um caminhão Ford F-600, que saiu de São Paulo com 4 toneladas de carga no dia 10/10/59, com geradores de energia para Ilha das Flores e Costa Marques com o objetivo de chegar a Porto Velho (RO) cruzando todo o Centro-oeste, quando sequer havia trilhas na selva. Numa viagem inimaginável, o caminhão “Bandeirante” chegou ao destino em 19/11/59, quarenta dias depois. A equipe que realizou essa epopeia era composta por três funcionários públicos: Manoel Bezerra (chefe de gabinete), Bismarque Marcelino (motorista, que “só não passava com um caminhão por onde Deus tivesse dificuldade”) e Ausier Santos (mecânico).

Muitas estórias, muitos personagens, muitas cidades no desenrolar de tramas escondidas entre a ficção e fatos de grande importância. Manaoos Aristides, sem seu amigo Edmar Costa, agora terá trabalho em dobro, para fazer esse outro braço da cruz, mas parceiros e amigos para esse projeto não faltarão, pois já se revelou um diretor visionário e paciente, hoje com 77 anos, se comporta como um menino em busca da cena mais emocionante a serem feitas. As pesquisas para a nova trama se iniciaram em 1974, quando esteve em Porto Velho, administrando curso de arte, criando e realizando o Primeiro Festival de Música de Rondônia.

Manaoos Aristides, com sua visão televisiva e experiência dramatúrgica, hoje vive com seus personagens rondonienses, de onde encontrou o manancial de histórias prontas. As vilas, as cidades, seu povo, os fatos, os documentos estão no ar, latentes, vibrantes, esperando por alguém que lhes descortine a realidade. O Manaoos Aristides se propõe como fez com a história da colonização do Paraná. A seguir mais cenas da produção “A Saga – da Terra Vermelha Brotou o Sangue”, uma antecipação de como será a obra rondoniense.

Imagens: Divulgação/Redes sociais 

 

https://www.youtube.com/watch?v=FEIOxdaQgc0&t=950s