Identificação de madeiras é tema de publicação da Embrapa

Identificação de madeiras é tema de publicação da Embrapa

 

A publicação Identificação Anatômica de Madeiras na Xiloteca da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará, Brasil destaca a importância de um serviço prestado pela instituição que pode evitar erros na comercialização e uso de madeiras, a partir da confirmação da nomenclatura científica associada aos nomes comerciais usualmente conferidos às espécies.

O trabalho de identificação é feito pela equipe da Xiloteca do Laboratório de Botânica da Embrapa Amazônia Oriental, cuja coleção de madeiras mantida na capital paraense é uma das maiores e mais expressivas do País. O acervo conta atualmente com cerca de nove mil amostras representativas de mais de duas mil espécies, além do laminário de madeiras comerciais amazônicas com 860 lâminas utilizáveis em análise microscópica.

“No mercado brasileiro e internacional não há uma padronização que associe um nome comercial de madeira a um único nome científico. Por isso, o estudo comparativo morfológico e taxonômico é indispensável para identificar a espécie e as propriedades tecnológicas das madeiras que chegam para análise”, explica a pesquisadora Fernanda Ilkiu Borges de Souza, da Embrapa, autora da obra recém-lançada. A publicação já pode ser baixada no Portal Embrapa neste link.

Variações de nome

A pesquisadora salienta que “a correta identificação, associada a estudos tecnológicos e ecológicos, favorece a utilização de outras espécies, ainda não exploradas, mas com o mesmo potencial comercial, evitando a supressão das espécies de uso massivo”.

Fernanda Ilkiu conta que é comum uma mesma espécie ter diferentes nomes comerciais, ou um mesmo nome popular ou comercial ser usado para diferentes espécies, o que se torna um complicador nas tomadas de decisão sobre o uso de determinadas madeiras conforme suas propriedades tecnológicas.

Um exemplo dessa variação, citado na publicação, é o das madeiras Tauari e Angelim, nomes que somente no estado do Pará designam, respectivamente, oito e sete espécies distintas.

Reforço do Herbário IAN

Um dos diferenciais da Xiloteca da Embrapa Amazônia Oriental é que a coleção de madeiras está associada à coleção do Herbário IAN, um dos mais importantes acervos botânicos da Amazônia, também de responsabilidade da Embrapa e tema da recente publicação “A contribuição do Herbário IAN da Embrapa Amazônia Oriental às pesquisas técnico-científicas” (clique aqui para baixar).

“Além de todo o acervo estar informatizado, digitalizado, em constante correção e atualização das informações e imagens, a maioria das amostras dessa xiloteca têm referência botânica no Herbário IAN, o que reforça ainda mais a confirmação da identificação de madeira feita pela Embrapa”, ressalta a pesquisadora.

Os exemplares da xiloteca têm sido pesquisados para fins científicos (acadêmicos), além de servirem de parâmetro nas demandas de cunho empresarial e fiscalizatório. Dados do laboratório de Botânica indicam que o principal motivo da solicitação dos laudos é a confirmação da identificação científica, seja por comprador, vendedor ou fiscal e que as madeiras mais requisitadas para análise são as de interesse para o comércio madeireiro.

Procedimentos de análise

A publicação discorre sobre os procedimentos da xiloteca para as etapas de entrada, registro e identificação das amostras. De forma resumida, a autora informa que o processo técnico começa pela análise macroscópica, quando a amostra é comparada ao material lenhoso já registrado na xiloteca.

Se esse trabalho não for suficiente, preparam-se lâminas histológicas para análise microscópica e comparação com as lâminas pertencentes ao acervo institucional. Quando necessário, a equipe pesquisa em literaturas específicas e catálogos, consulta especialistas, entre outros meios, até chegarem à certeza da correta identificação no maior nível taxonômico possível.

São também autores do documento Identificação Anatômica de Madeiras na Xiloteca da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, Pará, Brasil os pesquisadores Silvane Tavares Rodrigues, Joaquim Ivanir Gomes (aposentado), Maria Carmelita Alves Conceição e os analistas Helena Joseane Raiol Souza e Sebastião Ribeiro Xavier Júnior.

Fonte: Embrapa   Foto:   Ronaldo Rosa

 

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