Senador propõe que Brasil reconheça extermínio de ucranianos no século 20

Senador propõe que Brasil reconheça extermínio de ucranianos no século 20

Memorial às Vítimas de Holodomor, em Kiev, na Ucrânia

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) apresentou projeto para reconhecer o extermínio de ucranianos por meio da fome (Holodomor) como genocídio e instituir o quarto sábado de novembro como Dia de Memória do Holodomor. A proposição (PL 423/2022) deve ser analisada pelos parlamentares em breve.

Líder do Podemos no Senado, Alvaro disse em rede social que é contrário à guerra e que reconhece a importância da solidariedade e do respeito dos brasileiros com a Ucrânia neste momento de profunda dor e dificuldades. Ao reagir contra o que chamou de “prepotência de Vladimir Putin”, o senador afirmou que o mundo democrático precisa reagir à altura na busca pela paz.

Proposição

Alvaro explica que Holodomor tem origem na expressão ucraniana holodom, que significa “matar pela fome”, e remete à morte de cerca de três milhões de ucranianos por meio de uma política soviética entre os anos de 1932 e 1933. Na justificativa, o senador afirma que o governo de Josef Stalin adotou uma política de coletivização de terras e requisição compulsória de grãos e cereais, onde a Ucrânia foi obrigada a contribuir desproporcionalmente com sua produção, desorganizando o ciclo produtivo e causando grave fome e busca pelo êxodo.

A comemoração anual na data proposta no PL 423/2022, segundo o senador, já é observada pelo mundo, tanto na Ucrânia, quanto por comunidades de ucranianos e seus descendentes vivendo em outros países.

“Os olhos da história, a memória da consciência universal e a inteligência dos povos serão sempre a garantia da proclamação dos direitos humanos e da condenação implacável da brutalidade e da vilania. Tenho plena consciência de que para os ucranianos espalhados pelo mundo — notadamente para os 600 mil descendentes que vivem no Brasil — o presente projeto de lei é uma manifestação basilar à memória das vítimas do Holodomor”, diz no texto.

Repercussão do conflito

A guerra entre Rússia e Ucrânia  tem mobilizado os senadores, que pedem o fim do conflito.

Nesta quarta-feira (2), a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi designada pelo presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para representar a Casa nas negociações internacionais sobre a situação dos refugiados.

A presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senadora Kátia Abreu (PP-TO), publicou nas redes sociais que “vidas têm sido perdidas, órfãos, viúvas e mães choram seus filhos, numa guerra construída por um lado, pela arrogância, e de outro, pelo orgulho e a vaidade”.

Presidente da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados, o senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou que já passa de 600 mil o número de refugiados. A Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) atualizou os números nesta quinta-feira (3): estima-se que mais de um milhão de pessoas saíram da Ucrânia desde o início da invasão russa.

Paim reforçou que “todos devem ter os mesmos direitos, serem tratados como iguais, independentemente de origem, país, cor da pele, religião e sem discriminação ou racismo”.

Respeito à vida

O senador Roberto Rocha (PSDB-MA) disse estar sem palavras, ao publicar uma foto com cenas da guerra. Para a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), respeitar a vida acima de todas as diferenças políticas é o mínimo que uma pessoa pública deve fazer.

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) divulgou informações sobre um bombardeio russo que atingiu a ravina de Babi Yar, nos arredores de Kiev, na terça-feira (1º). Davi, que é judeu, lembrou ter ocorrido nesse local “um dos maiores massacres durante o Holocausto, cometido pelos nazistas e seus colaboradores, em setembro de 1941”.

Já a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) pediu o fim do conflito, declarando que o massacre da Ucrânia é iminente.

“Famílias estão se desfazendo; civis sendo convocados para a fronte de batalha; meninos com fuzis e bebês sendo cuidados em bunkers. Uma tragédia, só atenuada pela grandeza moral de um povo”, compartilhou.

Fonte: Agência Senado  Foto: Andrew J.Swan

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *