Porto Velho: Porto reforça medidas de segurança durante crise hídrica no Rio Madeira

Porto Velho: Porto reforça medidas de segurança durante crise hídrica no Rio Madeira

Na época da cheia, comboios levavam até 20 barcaças juntas, quantidade que agora diminuiu para 12

O nível do Rio Madeira tem atingido níveis históricos de baixa, em razão da crise hídrica. A Rede Hidrometeorológica Nacional registrou, em meado deste mês, que o rio estava com apenas 51 cm de profundidade em Porto Velho. Como a escassez de água vem afetando a navegabilidade, os operadores que atuam no Porto de Porto Velho adotaram algumas medidas para evitar o encalhe de balsas e barcaças nos bancos de areia e pedrais expostos. A avaliação do cenário com o monitoramento do rio é constante, junto ao envio regular de informações e ações adotadas para o Comitê de Crise Hídrica, instituído pelo governo de Rondônia e formado por diversas entidades estaduais e municipais.

Nesse momento crítico, a troca de informações entre as partes afetadas tem sido vital para que a Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia (Soph), administradora do Porto, consiga propor soluções que atendam às necessidades apresentadas.

Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha,  a crise hídrica acendeu um alerta à direção do Porto de Porto Velho, que tem implementado medidas que vão ao encontro das ações desenvolvidas pelo governo do estado. O intuito é mitigar os impactos nas movimentações pelo modal aquaviário, e que refletem no desenvolvimento econômico de Rondônia.

ESTRATÉGIAS

Em diálogo com os operadores portuários, foi relatada uma redução da quantidade de barcaças acopladas para navegação de cada comboio, que na época da cheia navegava, em média, com 20 barcaças juntas. Agora, essa quantidade diminuiu para 12. Ainda assim, os comboios têm de ser desfeitos nos trechos críticos, por não haver condições de passagem de tantas barcaças de uma só vez, e remontados posteriormente após esses pontos difíceis.

Além disso, houve a necessidade de limitar o calado das embarcações de aproximadamente 4 m para cerca de 2 m, e substituir os empurradores para opções com tamanhos menores. As mudanças se refletiram no volume de cargas que podem ser transportadas. Houve uma baixa de 30% no total de carga geral e 50% dos grãos exportados.

TEMPO DE TRAJETO

Também houve uma redução no tempo de transporte da carga, motivada tanto pelo nível baixo das águas do Madeira quanto pela proibição da Capitania Fluvial de Porto Velho, que aplicou restrições e interrompeu a navegação noturna. Atualmente, uma balsa que levaria em torno de seis dias de percurso até Manaus em períodos comuns de estiagem, está fazendo o mesmo trajeto em uma média de 10 dias.

Apesar disso, o Porto de Porto Velho vem se empenhando para manter o abastecimento tanto da capital rondoniense quando dos destinos da produção local. O terminal portuário tem se articulado junto a órgãos federais, como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em razão das demandas apresentadas pelos operadores portuários, informando sobre os pontos críticos de navegação e buscando soluções.

O diretor-presidente da Soph, Fernando Parente, destacou que, “a direção do Porto também se prontifica em disponibilizar sua infraestrutura para operações de outros portos que porventura necessitem operar no terminal, uma vez que possui estrutura diferenciada para embarque e desembarque de cargas.”

Fonte: Secom  Texto: Josi Gonçalves e Assessoria SOPH  Fotos: Guilherme Belém