Projeto Reniva é implantado no Amazonas para multiplicar manivas-semente de mandioca
Com a presença de agricultores familiares, produtores rurais, viveiristas, técnicos e representantes de instituições públicas e privadas com atuação na cadeia produtiva da mandioca, foi realizado seminário na Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus, AM, 01 de agosto) com os coordenadores do projeto.
Após essa etapa, será dada sequencialmente à construção de uma estufa de termoterapia, uma tecnologia que utiliza a temperatura para gerar plantas mais sadias, que será instalada no campo experimental da Embrapa, no km 29 da AM-10, em Manaus. Nas próximas etapas serão selecionadas materiais para serem termotratados e capacitação de agentes de ATER (assistência técnica), para levar as tecnologias às produções rurais. Para esta última etapa, a Embrapa conta com a parceria do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (Idam).
Na programação do seminário foram discutidos problemas e perspectivas na produção de manivas-semente no Amazonas e apresentações informações sobre pesquisas da Embrapa com a cultura da mandioca, assim como informações do Termo de Execução Descentralizada (TED) do MDA para a execução do projeto e os arranjos institucionais no âmbito da Rede Reniva.
O analista Hermínio Rocha, um dos coordenadores da Rede Reniva, disse que o projeto inicia com boas perspectivas no Amazonas porque já existem três produtores rurais especializados em iniciar o processo de multiplicação do material vegetativo. “São maniveiros organizados, empresários sérios e que vislumbraram a possibilidade de empreender no negócio de produção de maniva-semente de mandioca com sanidade e identidade genética comprovada”, comentou.
Entre os interessados em participar da Reniva está Clebson Dantas, sócio do grupo Galo da Serra, empresa que fabrica farinha de tapioca e goma de mandioca e agora pretende empreender na produção de manivas-semente em Lindoia, distrito de Itacoatiara, AM. Segundo ele, a falta de manivas-semente em escala comercial no estado é um gargalo muito grande, que afeta diretamente seus fornecedores de mandioca.
No seminário houve apresentações sobre a situação da mandiocultura no Amazonas. O pesquisador Ferdinando Barreto, da Embrapa Amazônia Ocidental, mostrou as características e demandas de pesquisa com a cultura e Luiz Herval, gerente de produção vegetal do Idam, mostrou o panorama da cadeia produtiva no Amazonas, onde há 52 mil produtores e uma área cultivada de 72,5 mil hectares, com produtividade entre 8 a 12 toneladas/ano.
O superintendente do MDA no Amazonas, Marcos Brito, destacou que a implantação da Reniva no Amazonas é muito importante para o aumento da produção de mandioca, para a agricultura familiar e vem contribuir para a segurança alimentar no Amazonas.
Luiz Antônio Cruz, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa, destacou a importância do envolvimento de diversos segmentos para tornarem a Rede Reniva um grande projeto para ajudar a resolver o gargalo da disponibilidade de maniva-semente para o produtor rural.
Rede Reniva
A Rede Reniva (Rede para multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca com qualidade genética e fitossanitária) é uma estratégia organizacional de produção em escala comercial de materiais de plantio de mandioca. Seu objetivo é financiar, por meio de uma rede articulada para multiplicação, a transferência de sementes de mandioca com garantia da qualidade genética e fitossanitária, tanto para pequenos agricultores familiares quanto para grandes agricultores das principais regiões produtoras de mandioca em todo o território nacional .
A Embrapa foi contemplada com recursos financeiros do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), para a ampliação da Reniva para nove estados, sendo seis da região Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima e Tocantins) e três do Nordeste (Alagoas, Bahia, Paraíba). O lançamento dessa iniciativa foi em maio deste ano.
Fonte: Embrapa Foto: Maria José Tupinambá