A Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro (SNRJ) realiza neste domingo (23) a 3ª corrida e caminhada em combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). Os participantes vão largar às 7h30, do Posto 12 do Leblon, na zona sul do Rio. O percurso da corrida é de 7 km e o da caminhada de 4 km. A chegada é no mesmo ponto de partida. O evento quer chamar a atenção sobre a importância da atividade física como forma de prevenção ao AVC. Números da ONG Ação AVC indicam que mais de um terço de todos os AVCs ocorrem em pessoas que não fazem atividade física regular. A recomendação para redução dos riscos é fazer exercícios moderados entre 20 a 30 minutos, durante cinco vezes por semana. O objetivo da prova é levar a população a reconhecer a importância da atividade física como método de prevenção ao AVC. Ainda segundo a organização, o AVC ocorre subitamente em qualquer idade, sexo ou classe social e é responsável por 6 milhões de mortes a cada ano e a principal causa de incapacitação. Dia Mundial Desde 2006, o Dia Mundial do AVC é lembrado em 29 de outubro. A corrida da Sociedade de Neurologia do Rio é uma das atividades incentivadas pela Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization -WSO) que vão ocorrer em todo o mundo até o próximo sábado (29) para ampliar o conhecimento do impacto da doença na população. Segundo o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren RJ), dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil indicam que, somente no mês de julho, 8.758 pessoas morreram de AVC no Brasil. O número corresponde a 11 óbitos por hora. No primeiro semestre deste ano, foram 56.320 vítimas, o que superou as mortes por infarto (52.665) e por covid-19 (48.865). “Dados impactantes que reforçam a necessidade de uma forte Campanha Nacional de prevenção, esclarecimento aproveitando o gancho do Dia Mundial do AVC para somar esforços com empresas, executivo e legislativo nacional, organizações não governamentais e sociedade civil”, apontou a entidade. De acordo com o Ministério da Saúde, o AVC ocorre “quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo”. Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa. “Desta forma, torna-se primordial ficar atento aos sinais e sintomas e procurar atendimento médico imediato”. São dois os tipos de AVC: hemorrágico e isquêmico. O hemorrágico se dá “no rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia, que pode ser dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge”. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico, que ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. “Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos”, informou. Sinais de alerta Entre os principais sinais do corpo que ajudam a reconhecer um Acidente Vascular Cerebral estão a fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente. Caso apareça um desses sintomas, o ministério recomenda ligar para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu – 192), para o número dos Bombeiros (193) ou levar a pessoa imediatamente a um hospital para avaliação clínica detalhada.
Árvore foi encontrada no município de Branquinhas, em Alagoas
A única espécie de árvore gigante do gênero Dipteryx na Mata Atlântica foi descoberta no município de Branquinha, em Alagoas, por pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). A descoberta integra a tese de doutorado da pesquisadora Catarina Silva de Carvalho, egressa da Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico, e teve como coautores os pesquisadores Haroldo Cavalcante de Lima, Domingos Cardoso, Débora Zuanny e Bernarda S. Gregório,
A espécie, que pode alcançar até 30 metros de altura, foi descrita em artigo publicado, no dia 9, na revista científica Botanical Journal of the Linnean Society. Os pesquisadores encontraram apenas um indivíduo adulto e dois jovens em um fragmento de floresta preservada dentro de uma fazenda e cercado de lavouras de cana-de-açúcar.
“A maioria das espécies é amazônica, mas através da consulta herbária, a gente viu que tinha esse material da Mata Atlântica, que era muito diferente. Só que a gente não conseguia descrever a espécie porque os materiais eram muito antigos e poucos. Também, quando a gente ia nas áreas citadas nos herbários, as matas tinham sido derrubadas. Já haviam sido dizimadas”, explicou Catarina Carvalho à Agência Brasil.
A conclusão inicial dos pesquisadores era que as árvores haviam sido extintas.
Espécie
Durante o doutorado, contudo, Catarina foi contatada pelo Inventário Florestal Nacional relatando que estavam com essa árvore e que não sabiam como identificar. “Na hora em que coloquei os olhos nesse cato, vi que se tratava da espécie que eu achava que estava extinta. Era lá de Branquinha (AL)”. Os pesquisadores acabaram indo em campo e conseguiram coletar a espécie, o que foi fundamental para que pudessem descrevê-la.
Com o tronco de cor clara, que se destaca na floresta, a espécie foi catalogada como Dipteryx hermetopascoaliana, em homenagem ao compositor e multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal. Para Catarina Carvalho, tal como a árvore, Hermeto Pascoal é um gigante da música nordestina e do jazz instrumental e se destaca no cenário musical brasileiro.
“A gente achou que combinava muito com Hermeto, esse músico nosso, nordestino, gigante do jazz multi-instrumentalista”. Para os pesquisadores, assim como Hermeto é símbolo de resistência da diversidade da cultura brasileira dentro do universo do jazz, constituindo referência mundial, a árvore gigante Dipteryx hermetopascoaliana catalogada agora é símbolo de resistência da mega diversidade da Mata Atlântica.
A Dipteryx hermetopascoaliana é uma árvore bem mais alta do que o restante das árvores da floresta. Catarina espera que, assim que tomarem conhecimento da descoberta, os proprietários da fazenda possam se interessar em conservar a nova espécie de árvore gigante.
O gênero Dipteryx pertence à família das leguminosas e é comum na Amazônia, com espécies como o cumaru (D. odorata), e também no Cerrado, com o baru (D. alata). A Dipteryx hermetopascoaliana, entretanto, é a primeira espécie do gênero descrita na Mata Atlântica, bioma mais devastado do Brasil e, atualmente, com cerca de apenas 10% de sua cobertura original. Por isso, os pesquisadores acreditam que a árvore gigante já está altamente ameaçada pela destruição histórica de seu habitat.
Atualmente, Catarina Carvalho é bolsista de pós-doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, onde permanecerá até 2025 fazendo pesquisas sobre árvores, gigantes ou não. “Sempre desvendando um pouco mais da biodiversidade”, disse Catarina.
Fonte: Agência Brasil