O real é o padrão monetário mais longevo a circular no Brasil?
Nota de 500 réis, disponível no Museu de Valores do Banco Central. Esse foi o padrão monetário do Brasil do século XVI a 1833.
Em 1º de julho, o real – que não é o primeiro padrão monetário brasileiro a ter esse nome, nem o mais longevo – completou 25 anos. A unidade monetária que por mais tempo vigorou no Brasil também tinha esse nome, apesar de ter ficado conhecida por réis – que nada mais é do que o plural de real.
Os réis foram utilizados do século XVI a 1833. Em seguida vêm os mil-réis, que com a Lei nº 59, de 1833, passaram a ser o novo padrão monetário do país. Sua vigência se deu até 1942, totalizando 109 anos, quando foi instituído o cruzeiro. E o real, com os seus 25 anos completados agora em 2019, ocupa a terceira colocação. Em quarto está o cruzeiro, usado pelos brasileiros por 22 anos, entre 1942 e 1964, e também entre 1970 e 1986 e entre 1990 e 1993.
O real era o padrão monetário de Portugal quando do descobrimento do Brasil, em 1500. Mesmo com a independência do país, em 1822, ele continuou a ser utilizada por aqui até a sua troca, em 1833, quando entrou em circulação o padrão mil-réis.
Não é possível afirmar com precisão quando foi que o antigo real foi instituído como padrão monetário brasileiro. Logo após o descobrimento do país e no começo da colonização, o pau-brasil foi a principal mercadoria utilizada no país como elemento de troca entre os nativos e os europeus. Em seguida, esse papel coube ao pano de algodão, ao açúcar, ao fumo e ao zimbo (tipo de concha usada nas trocas entre os escravos).
Além disso, com a unificação das coroas de Portugal e Espanha (1580-1640) moedas de prata espanhola passaram a circular no Brasil em grande quantidade, além dos florins holandeses durante o domínio desse país no nordeste brasileiro (1630-1654). As duas moedas chegaram a circular no país juntamente com os réis.
Com as dimensões continentais do Brasil e os percalços tecnológicos inerentes à época, era bastante comum que no Brasil Colônia as trocas comerciais e os pagamentos continuassem a ser quitados com meios alternativos quando da escassez de moedas. No século XVII, no Maranhão, por exemplo, eram usados como meios de pagamento o açúcar, o cacau e o algodão em fio. A aguardente e o zimbo também foram usados como forma de pagamento.
*Texto redigido com informações do Clube da Medalha da Casa da Moeda do Brasil.
Fonte/Foto: Banco do Brasil