GATA PARA ADOÇÃO – Você se lembra desse anúncio? Saiba o que aconteceu na vida da “gatinha colada” jogada no lixo

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A filhote, pouco mais de um ano atrás, ainda com parte da cola grudada no corpo: maldade

Maria R. Gabriela

No início de julho do ano passado, miados fracos chamaram a atenção de uma moradora do Bairro 5º BEC, em Vilhena. Ao segui-los, ela encontrou, em meio a sacolas numa lixeira, uma gatinha, filhote, miúda, esquálida e coberta de cola, tendo as patinhas já grudadas umas nas outras.

A mulher recolheu o animalzinho e, com a ajuda do filho, alimentou e limpou a cola de seu corpo. Já na manhã do outro dia, a gatinha foi levada para a Veterinária Agrivet, onde ficou internada por quatro dias. Quando soube do ocorrido, a empresa deu um grande desconto no valor do tratamento.

 Mas, por já ter seis gatos adultos em casa, que rejeitaram e poderiam vir a atacar a filhotinha, a mulher, que prefere não se identificar, teve que colocá-la para adoção.

A história da gatinha foi parar na imprensa e a vendedora Katrinny Gomes, hoje com 20 anos, a adotou. “Tem mais de um ano que resolvi tê-la comigo. Ela demorou alguns meses pra se recuperar completamente e achei até que não iria sobreviver por ser muito novinha. Mas, aí surgiu um milagre, ela ficou boa e, devido à luta dela para permanecer viva depois do sofrimento que passou, colocamos seu nome de Vitória”, conta a moça.

Nem Katrinny, nem a moradora que encontrou a filhote tem dúvidas sobre o que deixou a gatinha naquele estado: a ação cruel de um ou mais humanos.

BOM CORACÃO

“Eu não me arrependendo em nenhum do momento de ter adotado ela, assim como não me arrependo de ter adotado nenhum outro animal que trouxe para minha casa.  Muitas vezes, as pessoas não pegam bichinhos doentes ou feridos achando que vão ter gastos altos e isso não é verdade: o que eles mais precisam para se recuperar são amor e cuidados. Para ser franca, gastei muito pouco com vitamina e um remédio para melhorar o sistema respiratório dela, que tinha ficado comprometido por causa do frio que ela tinha passado”, explica a tutora.

Katrinny esclarece que, mesmo sua vida tendo ficado difícil depois de separar-se do marido, manteve consigo a gatinha e outros dois gatos e dois cachorros que já possuía. “Passei por muita coisa, porém, jamais considerei desistir dela e dos outros. Demorou um pouco para a Vitória se adaptar, mas os outros animais não a rejeitaram”, ressalta a vendedora.

NO MESMO LUGAR

Há seis meses, a gata foi castrada e, por coincidência, Katrinny acabou se mudando ao lado da residência da moradora que tinha encontrado a gatinha, exatamente na frente da lixeira onde ela foi encontrada. Hoje, Vitória já conquistou a amizade de dois gatos da mulher que a resgatou e até frequenta a sua casa, onde também é muito bem-vinda.

Agora, linda e bem cuidada, Vitória brinca, com toda inocência, na mesma área de onde foi resgatada.

Somente com lenços umedecidos e um cuidadoso banho a cola pode ser totalmente retirada da filhotinha
Katrinny Gomes: “Pelo que lhe fizeram, Vitória é arisca mas, ainda assim, é um mimo e uma grande companheira”

Antes maltratada, agora a gatinha tem amor e conforto

Fotos antigas: Revista Século

Fotos atuais: Arquivo pessoal

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